domingo, 21 de dezembro de 2014

Fidelidade
Mensagem de Gengis Khan
Certa manhã, o incomparável guerreiro mongol Gengis Khan e sua corte saíram para caçar. Enquanto seus companheiros levavam flechas e arcos, Gengis Khan carregava seu falcão favorito no braço – que era melhor e mais preciso que qualquer flecha, porque podia subir aos céus e ver tudo aquilo que o ser humano não consegue ver.
Entretanto, apesar de todo entusiasmo do grupo, não conseguiram encontrar nada. Decepcionado, Gengis Khan voltou para seu acampamento, mas para não descarregar sua frustração em seus companheiros, separou-se da comitiva e resolveu caminhar sozinho.
Tinham permanecido mais tempo que o esperado e Khan estava morto de cansado e de sede. Por causa do verão, os riachos estavam secos, não conseguia encontrar nada para beber até que – milagre! – viu um fio de água descendo de um rochedo a sua frente.
Na mesma hora tirou o falcão do braço, pegou o pequeno cálice de prata que sempre carregava consigo, demorou um longo tempo para enchê-lo e , quando estava prestes a levá-lo aos lábios, o falcão levantou vôo e arrancou o copo de sua mão, atirando-o longe.
Gengis Khan ficou furioso, mas era seu animal favorito, talvez estivesse com sede também. Apanhou o cálice, limpou a poeira e tornou a enchê-lo. Com o copo pela metade, o falcão de novo atacou-o, derramando o líquido. Gengis Khan adorava seu animal, mas sabia que não poderia deixar-se desrespeitar em nenhuma circunstância, já que alguém poderia estar vendo àquela cena de longe e mais tarde contaria aos seus guerreiros que o grande conquistador era incapaz de domar uma simples ave.
Desta vez tirou a espada da cintura, pegou o cálice, recomeçou a enchê-lo – mantendo um olho na fonte e outra no falcão. Assim que viu ter água suficiente e quando estava pronto para beber, o falcão de novo levantou vôo e veio em sua direção. Khan, em um golpe certeiro, atravessou o seu peito.
Mas o fio de água havia secado. Decidiu a beber de qualquer maneira, subiu o rochedo em busca da fonte. Para sua surpresa, havia realmente uma poça d’água e no meio, uma das serpentes mais venenosas da região.
Se tivesse bebido a água, já não estaria mais no mundo dos vivos. Khan voltou ao acampamento com o falcão morto em seus braços.
Mandou fazer uma reprodução em ouro da ave e gravou em uma de suas asas:
“Mesmo quando um amigo faz algo que você não gosta, ele continua sendo seu amigo.”
Na outra asa mandou escrever:

“Qualquer ação motivada pela fúria é uma ação condenada ao fracasso.”

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